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NOSSA SENHORA DE GUADALUPE

 

 

12 de Dezembro

 

“Non fecit taliter omni nationi”

Não foi a todos os povos que Deus tratou de tal maneira...

Papa Bento XIV, ao contemplar em 1754 uma reprodução fiel da Imagem de Nossa Senhora de Guadalupe

pintada por Miguel Cabrera (Ps147,20).

                                                                        Um dos deuses adorados pelos astecas era a deusa Quetzalcoltl, uma

                                                              monstruosa deusa a quem eram oferecidas vidas humanas em holocausto.

                                                    Anualmente,  mais  de  20.000  pessoas  entre  homens,  mulheres  e

                                                                    crianças, eram sacrificados a seus deuses sedentos  de  sangue,  rituais  que

                                                                    em muitos casos, incluíam canibalismo dos corpos das vítimas.

                                                                               Em  1487,  em   dedicação   a   um   novo   templo   em  Tenochtitlán

                                                                    atualmente conhecida como a Cidade do  México, a  capital  mexicana),  uns

                                                                    80.000 cativos foram imolados em sacrifícios humanos em uma só cerimônia

                                                                    que durou 4 dias.

                                                                               Após, a cidade do México ser conquistada pelos espanhóis, acabou a

                                                                    guerra e os povos viviam em paz. Assim  começou  a  consolidar-se  a  fé, o

                                                                    conhecimento do Deus verdadeiro, razão da vida do homem. 

                                                                               A  evangelização avançava a  passos  largos.  Pareciam  já  longínquos

                                                                    aqueles ritos macabros que os nativos eram obrigados a suportar, como jugo

                                                                    pesado, para contentar os seus ídolos.

                                                                     Nossa Senhora de Guadalupe veio para acabar  com  essa  idolatria

                                                                pagã.

                                                                   Os Sacramentos e a Doutrina de Jesus Cristo trouxeram a libertação                                                                   do mal e do erro, era o bálsamo para os corações indígenas e produ-

                                                                 ziu um maravilhoso milagre de conversão, mudando  a  vida  daquele

                                                                 povo sofrido.

                                                                              Em 1539, mais de 8 milhões de astecas tinham abraçado a fé católica.

“Dez anos após a chegada da fé ao antigo reino asteca, Deus mostrou que colocava a evangelização do novo continente sob o Manto da Medianeira de todas as graças, a sua Mãe Santíssima”.

           A história escrita em meados do século XVI pelo índio erudito Antonio Valeriano, membro do Colégio de Tlatelolco e colaborador do Frei Bernadino de Sahagún, em diálogos carinhosos e coloquiais típicos em náhuatl, linguagem asteca, que Nossa Senhora manteve com o vidente, um homem simples e sua Mãe, descritos no Nican Mopohua (Aqui é dito) ou no Huei Tlamahuitzoltica.

         No dia, 09 de Dezembro de 1531, um índio asteca convertido e batizado, homem simples, 57 anos, de nome Juan Diego Cuauhtlatoatzin, natural de Cuuahtitlán, sábado, de madrugada, seguia sentido a Cidade do México, para assistir a Santa Missa.

          Ao chegar ao topo da montanha conhecida como Tepeyac, o dia  amanhecia  e  ouviu  cantos  acima  da  montanha,

como se fosse um coro maravilhoso de muitos e vários pássaros. De vez em quando, as vozes cessavam e parecia que o monte lhes respondia. O som, muito suave e deleitoso, sobrepassava do "coyoltototl" e do "tzinizcan" e de outros pássaros lindos que cantam. Juan Diego parou, olhou e disse para si mesmo: “Porventura, sou digno do que ouço? Será um sonho? Estou dormindo em pé? Onde estou? Será que estou agora em um paraíso terrestre de que os mais velhos nos falam a respeito? Ou quem sabe estou no céu?". Ele olhava para o oriente, acima da montanha, de onde vinha o precioso canto celestial encantado, aturdido, já sem saber se morrera ou se vivia. O canto acabou de repente e houve um silêncio. Então, ouviu uma voz vindo do alto da montanha, dizendo: “Juanito, Juan Dieguito”.  

      Ele corajosamente e muito contente subiu a montanha para ver. Quando alcançou o topo, viu uma Senhora e maravilhou-se pela Sua grandeza sobre-humana. Seu vestido era radiante como o sol, o penhasco onde estavam Seus Pés, penetrado com o brilho, assemelhava-se a uma pulseira de pedras preciosas e a terra cintilava como o arco-íris. As "mezquites", "nopales", e outras ervas daninha que ali estavam, pareciam esmeraldas, suas folhagens como turquesas e seus ramos e espinhos brilhavam como ouro. Ele inclinou-se diante Dela e ouviu Sua palavra suave e cortês, como alguém que encanta e cativa muito, como alguém que o estimava muito, pediu-lhe para se aproximar.

Ela disse: “Juanito, o mais pequeno dos Meus filhos, onde vais? Meu filho menor,” (“hijito mío, Juanito”).

Juan respondeu: “Minha Senhora e minha Menina, tenho de ir à tua Casa no México, Tlatilolco, para seguir as coisas divinas, que nos dão e ensinam nossos sacerdotes, delegados de Nosso Senhor.”

Ela disse : “Sabe e compreende bem, tu, o mais pequeno dos Meus filhos, que Eu Sou a perfeita sempre Virgem Santa Maria, Mãe do verdadeiro Deus, razão do nosso viver, do Criador dos homens, do que está próximo e perto, o Dono do céu, o Senhor do mundo. Desejo vivamente que Me ergam aqui um Templo para nele dar todo o meu Amor, o meu olhar compassivo, auxílio e amparo  aos povos e a minha salvação; porque na verdade Eu Sou a vossa Mãe compassiva".

         Nossa Senhora ordenou-lhe que se apresentasse ao Bispo Frei Juan de Zumárraga, para lhe dar a conhecer o Seu Desejo, e concluiu: “E está certo de que hei de agradecer-te e pagar bem, pois vou fazer-te feliz na terra e merecerás que recompense o trabalho e fadiga com que vais realizar o que te peço. Olha que ouviste o Meu pedido, Meu filho mais pequeno. Vai e põe nele todo o teu esforço”.

         Ele inclinou-se diante Dela e disse: “Senhora, minha Criança, não deixe que eu lhe cause aflição. Alegre-mente e de bom grado eu irei cumprir Sua Ordem. De nenhuma maneira irei falhar e não será penoso o caminho. Irei realizar seu desejo, mas acho que não serei ouvido, ou se for, não acreditarão. Amanhã ao entardecer, trarei o resultado da Sua mensagem com a resposta do Bispo. Descanse, neste meio tempo”. Logo desceu para cumprir sua tarefa e foi em linha reta pela estrada, até a Cidade do México.

           Tendo entrado na cidade, sem perder tempo, foi direto ao Palácio do Bispo, recém-chegado e se chamava Frei Juan de Zumarraga, um religioso Franciscano. Pediu ao criado para anunciá-lo e esperou muito tempo. Quando entrou, se ajoelhou e contou ao Bispo a mensagem e a Vontade da Nossa Senhora do Céu, bem como tudo que havia visto, escutado e admirado. Porém, após ouvir toda a conversa, o Bispo incrédulo disse-lhe: "Volte depois, meu filho e eu lhe ouvirei com muito prazer. Eu examinarei tudo e pensarei no motivo pelo qual você veio".

          Juan Diego saiu triste, porque sua mensagem não se realizou de forma alguma. Retornou no mesmo dia. Muito triste e pesaroso, foi diretamente ao topo da montanha, encontrar-se com a Senhora do Céu, que o esperava no mesmo lugar, onde tinha aparecido antes. Vendo-A, prostrou-se diante Dela e disse: "Senhora, Caçulinha de minhas filhas, minha Menina, eu fui onde você mandou para levar Sua mensagem, como me havia instruído. Ele recebeu-me benevolentemente e ouviu-me atentamente, mas quando respondeu, pareceu-me não acreditar. Ele disse: "Volte depois, meu filho e eu o ouvirei com muito prazer. Examinarei o desejo que você trouxe, da parte da Senhora”.  Entendo pelo seu modo de falar, que não acredita em mim e que seja invenção da minha parte, o Seu desejo de construção de um templo neste lugar para a Senhora. E que isso não é Sua ordem. Por isso eu, encarecidamente lhe peço, Senhora e minha Criança, que instrua a alguém mais importante, bem conhecido, respeitado e estimado para que acreditem, porque eu não sou ninguém, sou um barbantinho, uma escadinha de mão, o fim da cauda, uma folha. E a Senhora, minha Criança, a minha filhinha caçula, minha Senhora, envia-me a um lugar onde eu nunca estive! Por favor, perdoe o grande pesar e aborrecimento causado, minha Senhora e meu Tudo.”

          A Virgem Santíssima ouviu seu relato e respondeu: “Ouve, o mais pequeno dos Meus filhos, compreende que são muitos os Meus servidores e mensageiros a quem posso encarregar de levar a Minha Mensagem e fazer a Minha Vontade, mas é absolutamente necessário que seja tu próprio a pedir e a ajudar a que a Minha Vontade se cumpra por tua mediação. Voltarás ao bispo amanhã. E novamente diga que Eu, pessoalmente, a Sempre Virgem Maria, Mãe de Deus Vivo, lhe ordenei”.

           Então, foi para sua casa.

           No dia seguinte, domingo, antes do amanhecer, ele deixou sua casa e foi direto ao Tlatilolco, para ser instruído em coisas divinas, e em seguida estar presente a tempo para ver o Bispo. Por volta das 10 horas, estando em cima da hora, após participar da Missa e o povo ter dispersado, ele apressadamente foi ao palácio do Bispo. Pontualmente, e mal chegou, já estava ansioso para vê-lo. E novamente com muita dificuldade, o Bispo estava à sua frente. Ajoelhou-se diante de seus pés, entristecidamente e chorando, expôs a ordem de Nossa Senhora do Céu, e que por Deus, acreditasse em sua mensagem, de que o desejo da Senhora Mãe do Deus Verdadeiro de erguer um templo onde Ela queria, fosse realizado.

          O Bispo no entanto e para assegurar-se, fez várias perguntas, onde ele A tinha visto e como Ela era. E ele descreveu perfeitamente e em detalhes ao Bispo. Apesar da precisa descrição de Sua imagem, e tudo que ele tinha visto e admirado, que em tudo refletia ser a Sempre Virgem Santíssima Mãe do Salvador, Nosso Senhor Jesus Cristo, o Bispo não deu crédito e disse que somente pela sua súplica, não atenderia o seu pedido, e que aliás, um sinal era necessário; só então acreditaria, ser ele enviado pela verdadeira Senhora do Céu.

           Após ouvir o Bispo, disse Juan Diego: “Meu senhor, escuta! Qual deve ser o sinal que o senhor quer? Para eu pedir a Senhora do Céu que me enviou aqui”.

        O Bispo, vendo que ele ratificava tudo sem duvidar, nem retratar nada, o despediu. Imediatamente, ordenou a algumas pessoas de sua casa, de inteira confiança, que o seguissem e vissem onde ia, quem via e com quem falava. E assim foi feito.

         Juan Diego veio direto pela estrada e os que o seguiam após cruzarem o barranco perto da ponte do Tepeyac, perderam-no de vista. Procuraram por todos os lados, mas não puderam mais vê-lo. Retornaram bravos e aborrecidos por não conseguirem o objetivo. E o que eles informaram ao Bispo, o influenciou a não acreditar em Juan Diego. Lhe disseram que fora enganado e que Juan Diego apenas forjou o que veio dizer, e a sua mensagem e pedido não passava de um sonho simplesmente. Então, arquitetaram um plano, que se voltasse, eles o prenderiam e o puniriam com severidade e de tal forma que ele jamais mentiria ou enganaria novamente.

          Entretanto, Juan Diego estava com a Virgem Santíssima, contando-lhe a resposta que trazia do senhor Bispo. A Senhora, após ouvi-lo, disse-lhe: “Ouve, o mais pequeno dos Meus filhos! Voltarás aqui amanhã e levarás ao Bispo um Sinal irrefutável, conforme ele pediu. Com isso, ele acreditará em você. E saiba, o mais pequeno dos Meus filhos, que o recompensarei pelo seu cuidado, esforço e fadiga gastos em Meu favor. Vá agora. Amanhã, estarei aqui te esperando”.      

            Ao chegar em casa porém, encontrou seu tio, Juan Bernardino, muito doente. Primeiro chamou um médico que o auxiliou, mas era tarde e o estado dele era muito grave. Durante a noite, seu tio pediu para que, ao amanhecer, ele fosse ao Tlatilolco e chamasse um sacerdote, para prepará-lo e ouvi-lo em confissão, para que morresse em paz, porque certamente sua hora havia chegado, pois não mais se levantaria ou melhoraria de sua enfermidade.

          Na terça-feira, 12 de dezembro, o estado do tio tornou-se severo e Juan Diego percebeu que a morte estava próxima, portanto, urgia providenciar-lhe um sacerdote que lhe ouvisse a Confissão e desse a Extrema-Unção (in articulo mortis), ele precisava cuidar do desvalido e do doente, a Imagem do Cristo desalentado.

             Antes do amanhecer, Juan Diego saiu rumo ao Tlatilolco para chamar o sacerdote. E, ao aproximar-se da estrada que liga a ladeira ao topo do Tepeyac, em direção ao Oeste onde costumava passar, disse para si mesmo: “Se eu seguir adiante, a Senhora estará me esperando, e eu terei que parar e levar o sinal ao Bispo, como pressuponho. Mas, a primeira coisa que devo fazer apressadamente é chamar o sacerdote, porque meu pobre tio certamente o espera”. Pensava que, se demorasse um pouco mais, não chegaria a tempo de que um sacerdote fosse confortar o seu tio. Então, na sua ingenuidade, decidiu fazer um desvio para não encontrar-se com a Senhora. Deu várias voltas para contornar a montanha, de forma que não pudesse ser visto por Ela, que podia ver todos os lugares. Mas, ele A viu descer do topo da montanha e absorto nos pensamentos ficou olhando na direção onde, anteriormente havia encontrado a Senhora do Céu. Porém, a Virgem Maria saiu-lhe ao encontro pelo outro lado da montanha e disse-lhe: “Que se passa, Meu filho mais pequeno? Aonde vais?”

             Ele aflito e envergonhado, inclinou-se diante Dela e A saudou dizendo: “Minha Menina, a mais pequena das minhas filhas. Minha Senhora! Oxalá estejas contente! Como acordaste? Estás bem de saúde, óh minha Senhora e minha Menina? Vou lhe causar um pesar... Sabe, minha Criança, um de Seus servos, meu tio, está muito doente. Ele contraiu uma peste e está perto de morrer. Eu estou indo depressa à Sua casa no México para chamar um de Seus sacerdotes, querido pelo Nosso Senhor, para ouvir sua confissão e absolvê-lo, porque desde que nós nascemos, aguardamos o trabalho de nossa morte. De forma que, se eu for agora, retornarei aqui brevemente, então levarei Sua mensagem. Senhora e minha Menina, perdoe-me. Sejas paciente comigo. Oh, Minha Caçula, amanhã voltarei, o mais rápido possível”.

           Depois de ouvi-lo, a Santíssima Virgem respondeu: “Ouve e entende bem, Meu filho mais pequeno, que aquilo que te assusta e aflige não é nada; não se perturbe o teu coração, não temas essa doença nem qualquer outra doença ou angústia. Não estou Eu aqui, que Sou tua Mãe? Acaso não estás sob a Minha proteção e amparo? Não sou Eu a tua saúde? Não estás porventura no Meu regaço e entre os Meus braços? De que mais precisas?”

           Ouvindo as Palavras da Senhora do Céu, ficou feliz e consolado. Prometeu que, quanto antes, estaria na presença do Bispo, para levar o sinal, a fim de que cresse.

            A Virgem sorrindo, pediu a Juan Diego que subisse ao topo do monte e enchesse seu poncho com flores, dizendo-lhe: “Suba, meu caçula, ao topo da montanha; onde Me vistes e encontrarás muitas flores e rosas belíssimas rosas. Corte-as, e as traga em minha presença” .

      Era inverno e a neve recobria os campos. Naquela época, não nasciam flores naquela região do México, principalmente no topo da montanha. Era um lugar impossível de nascer qualquer tipo de flor, porque havia vários penhascos, cardos, espinhos e ervas daninha. Ocasionalmente, cresciam ervas cresciam, mas era Dezembro e toda vegetação era destruída pelo frio.

          Juan Diego sabia disso, mas mesmo assim obedeceu. Imediatamente subiu a montanha e, chegando ao topo do monte em meio à neve, espantou-se com a variedade de flores e a quantidade de belíssimas e exuberantes rosas de Castilha que haviam brotado bem antes do tempo, e por estarem fora da época deveriam estar congeladas.

                                                                                                  Estavam perfumadas e cobertas com  o  orvalho  da  noite,

                                                                                        assemelhando-se a pérolas preciosas. Imediatamente começou a

                                                                                        cortá-las, recolheu todas e as colocou envoltas em seu manto.

                                                                                                  Ele desceu imediatamente e entregou as  diferentes  rosas

                                                                                        que havia cortado para a Senhora do Céu.Ela as tocou suavemen-

                                                                                        te e as colocou de novo no  tilma,  dizendo: “ Ouve  e  entende

                                                                                  bem, Meu filho mais pequeno, esta variedade de rosas é  a

                                                                                  prova e sinal que você levará ao Bispo. Você  irá  dizer  em

                                                                                  meu nome que nelas ele verá o meu desejo  e  que  deverá

                                                                                  realizá-lo. Você é Meu embaixador, muito  digno  de  con-

                                                                                  fiança. Rigorosamente  eu  ordeno  que  apenas  diante  da

                                                                                  presença do Bispo, você desenrole o manto  e  descubra  o

                                                                                  que está carregando. Você  contará  tudo  direito.  Que  Eu

                                                                                  ordenei você a subir ao topo da montanha,  e  cortar  estas

                                                                                  flores, e tudo que você viu  e  admirou,  então,  você  pode

                                                                                  induzir ao Bispo dar a sua ajuda, com o objetivo de que um

                                                                                  templo seja construído e erguido como Eu tenho pedido”.

                                                                                                 Despediu-se da Senhora do Céu e se  pôs  a  caminho pela

                                                                                       estrada que dava diretamente ao México. Estava feliz e seguro de

                                                                                       seu sucesso, carregando com  grande  carinho  e  cuidado  o que

                                                                                        continha dentro de  seu  tilma,  de  tal  forma  que  nada poderia

                                                                                        escapar de suas mãos, a  não  ser  a  maravilhosa  fragrância das

variadas e belas flores, o doce aroma das rosas de Nossa Senhora, que sentiu durante todo o caminho.  

         Ao chega ao Palácio, encontrou-se com o secretário e outros criados. Suplicou-lhes que dissessem ao Bispo que desejava vê-lo, mas ninguém consentia. Não pretendiam ouvi-lo, provavelmente porque era muito cedo, ou talvez porque lhes era inoportuno. Além disso, eles foram avisados pelos seus companheiros que o haviam perdido de vista quando o seguiam. Juan Diego esperou por muito tempo, em pé, cabisbaixo, sem nada fazer, somente esperando ser chamado.

        Aparentando trazer algo em seu tilma, eles chegaram mais perto na tentativa de matar suas curiosidades. Juan Diego, vendo que não poderia mais esconder o que trazia sem ser molestado, empurrado ou até mesmo apanhar, descobriu um pouco o seu tilma, onde estavam as flores.

           Ao verem que eram flores, todas diferentes e por ser fora de época, ficaram atônitos, pois mesmo depois de tanto tempo em que o índio aguardava, ainda estavam frescas, tão novas, tão abertas, tão perfumadas e tão preciosas, tão belas. E, são justamente estas rosas que lhe servem de argumento para ganhar acesso ao prelado. Tentaram pegar algumas, mas toda vez que um funcionário do bispo tentava pegar uma das rosas, ela desaparecia das mãos e sua imagem impregnava-se no manto do índio, não pareciam reais e sim pintadas, estampadas ou costuradas na tilma.

            Impressionados, decidiram contar ao Bispo o que estava acontecido e que aquele índio que tantas vezes lá estivera

novamente tentava vê-lo e por muito tempo já o aguardava. Com muita dificuldade Juan Diego foi recebido pelo Bispo.

            O Bispo se deu conta de que era a prova que ele havia pedido ao índio para  confirmar e  concordar  com  a  cons-

trução da Capela. Imediatamente ordenou a sua entrada.

            Tão logo Juan Diego entrou, ajoelhou-se diante dele, como de costume. Contou-lhe todos os últimos episódios

que tinha visto e admirado, e a mensagem antes de mostrar-lhe a prova.

           Ele disse: "O senhor pediu para que fosse dizer a minha Ama, a Senhora do Céu, Santa Mãe preciosa de Deus, que desejava um sinal, e só assim então, acreditaria em mim, que deveria ser construído um templo onde Ela pediu para ser erguido. Também, dei-lhe a minha palavra que lhe traria algum sinal ou prova como pedido , de Sua vontade. A Virgem Santa Maria de Guadalupe condescendeu ao seu recado e acolheu o seu pedido, com algum sinal e prova para que se cumpra a Sua vontade. Hoje, bem cedo, A Senhora do Céu enviou-me para vê-lo. Eu pedi pelo sinal para que acreditasse em mim, e Ela disse que me daria. Enviou-me ao topo da montanha, onde costumo vê-la, para cortar uma variedade de rosas. Depois de cortá-las e de trazê-las para baixo, Ela segurou-as em Suas mãos e as colocou em minha roupa, para então trazê-las e entrega-las à sua pessoa. Contudo eu sabia que o topo da montanha era um lugar que não dava flores, porque há vários penhascos, cardos, espinhos e ervas daninha, mas tão logo aproximei-me do topo da montanha, vi que estava em um paraíso, onde havia grande variedades de rosas preciosas, num orvalho brilhante, imediatamente passei a cortá-las. Disse-me que deveria trazê-las ao senhor, e assim faço, para que Nela creia, o sinal por vós pedido, para que se cumpra com Seu desejo e também que fique transparente a veracidade de minhas palavras e minha mensagem. Aqui estão elas. Recebe-as”.

              Desenrolou o Manto onde estavam as flores caíram no chão e se espalharam no chão, todas as diferentes rosas.

De repente, a preciosa Imagem da Sempre Virgem Santa Maria Mãe de Deus, milagrosamente se afixa no Manto, diante dos olhos incrédulos do Bispo e demais pessoas que ali estavam, da mesma maneira como hoje ela é guardada no templo do Tepeyac, chamada Guadalupe.

                                                                                             Quando o Bispo viu a imagem, cai de joelhos  por  terra,

                                                                                          chora, reza e pede perdão por não ter acreditado, por não ter

                                                                                          atendido ao Seu desejo, assim como  todos  os  que  estavam

                                                                                          presentes também  caíram  de  joelhos.  Levantaram-se  para

                                                                                          vê-la melhor e tremiam com grande arrependimento.

                                                                                                   A Virgem foi admiradíssima, contemplaram-Na, em seus

                                                                                          corações e pensamentos.

                                                                                                   O Bispo pôs-se de pé, desamarrou do  pescoço  de  Juan

                                                                                          Diego a tilma onde  a  Imagem  da  Senhora  do  Céu  estava.

                                                                                          Levou-A para ser colocada em sua capela.

                                                                                                   Juan Diego permaneceu  por  mais  um  dia  na  casa  do

                                                                                          Bispo, a seu pedido.

                                                                                                  No dia seguinte, disse a Juan  Diego:  "Bem!  Mostre-nos

                                                                                     onde a Senhora do Céu deseja  que  seja  erguido  o   Seu

                                                                                     templo".  Imediatamente, foram todos para lá.

Antiga Basílica de Guadalupe

APARIÇÃO A JUAN BERNARDINO

            Juan Diego apontou onde a Senhora do Céu mandou que se erguesse o Seu templo e pediu licença para ir embora. Queria ir para sua casa e ver seu tio Juan Bernardino que estava num estado muito grave quando saiu para chamar um sacerdote, que fosse confessá-lo e absolvê-lo, e a Senhora do Céu lhe disse que já o havia curado. Mas, eles o acompanharam até sua casa. Logo que chegaram, viram que seu tio estava contente e muito bem de saúde.

           Assustou-se ao ver seu sobrinho tão bem acompanhado e honrado, perguntou a razão pela honra. Respondeu seu sobrinho que, quando partiu para chamar o sacerdote que lhe confessaria e absolveria, lhe apareceu no Tepeyac a Senhora do Céu, dizendo-lhe que não se afligisse, pois, seu tio estava bem. Muito confortado, foi ao México para encontrar-se com o senhor Bispo, para que edificasse uma casa no Tepeyac.

           Disse seu tio, estar certo de que havia sido curado e que viu A Santíssima Virgem do mesmo modo que aparecera a seu sobrinho, sabendo por Ela que o havia enviado ao México para ver o Bispo.

                                                                                                       Disse-lhe então, a Senhora, que fosse ver o Bispo e lhe                                                                                                revelasse o que viu e de que maneira milagrosa foi curado.                                                                                                           Dissesse também, como A chamariam e a  Sua  Bendita                                                                                                Imagem - a Sempre Virgem Santa Maria de Guadalupe.

 

 

 

 

 

 

 

             Levaram Juan Bernardino a presença do senhor Bispo, para ser informado e dar seu testemunho diante dele.

         Ambos, ele e o seu sobrinho, foram hospedados pelo Bispo em sua casa por alguns dias, até que se ergueu o templo da Rainha no Tepeyac, onde Juan Diego A tinha visto.

            O senhor Bispo transferiu a Sagrada Imagem da amada Senhora do Céu de sua capela em seu palácio para a Igreja principal, para que todos pudessem ver e admirar Sua bendita imagem.

Em 1979, o Papa João Paulo II consagrou Nossa Senhora de Guadalupe, como: 

Padroeira da América Latina

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