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SANTO ANTÔNIO 4

 

Décimo Primeiro dia – A Castidade de Santo Antônio.

Desde que Santo Antonio fez voto de perpétua virgindade aos pés do Altar de Maria Santíssima, parece que essa Celestial Mãe dissera a Seus Anjos: “Guardemos ilibada, livre da mais leve mancha, a esta flor aberta”. Os Anjos obedeceram: e nós vimo-lo passar a infância livre dos perigos próprios dessa idade.

Como olharia o demônio, inimigo acérrimo da inocência, a essa Angélica criatura! Certamente previra quanto um dia iria sofrer por intermédio desse Santo, rebento dos Bulhões, por isso fazia tudo o que podia para molestá-lo. Antonio, porém, que tinha Deus no coração, não se espantava, e sabia afugentar o fantasma com um simples Sinal da Cruz.

E eu deleito-me na tentação, não procuro o refúgio na oração, como o Bem-aventurado Santo Antonio. Prometo-vos, meu querido protetor, não mais ser assim para o futuro, seguindo para sempre vossas Santas Pegadas.

Exemplo: Certa jovem romana, pobre, mas de pais ilustres, deixara-se enganar por um rapaz apaixonado. Repelira-o a princípio, mas, seduzida por suas lábias e com a promessa por escrito de se casar com ela, cedera... As conseqüências não tardaram e o pai ameaçou-a de morte se não confessasse o nome do sedutor.

Ela, certa do cumprimento da promessa, confessa tudo. O pai corre ao rapaz, e este, amável, afirma querer cumprir a sua obrigação, pedindo apenas pequena demora para preparar tudo. O pai, receando indispô-lo, não ousa insistir em satisfação imediata. Mas, passam os dias, passam semanas inteiras, e... Nada.

Santo Antonio, meu grande Santo Antonio, salvai-me! Pede a moca. Sabeis como estou arrependida do pecado; vinde em meu socorro, antes que todos saibam da minha desonra!

Nada. A moca vai então ao Tribunal da Penitência, confessa-se e inicia uma Novena a Santo Antonio, a terminar na Festa do mesmo, que estava perto.

No dia 13 de Junho, o sedutor, levado pela curiosidade, entra na Igreja. Deixa correr os olhos pelos ricos adornos do Altar, até a Imagem do Santo, e, de repente, pára como que fulminado com o olhar do Santo. Movera-se a Imagem, dizendo-lhe: “Hoje mesmo repararás tua falta, senão”...

Lívido, quase desfaleceu. Ao voltar a si, seu primeiro movimento foi fugir; mas refletiu. Que lhe adiantava fugir? Procurou, então, um confessor, correu a falar com o pai de sua vítima, fez-se acompanhar à Igreja e só de lá saiu depois de casado com a jovem incauta.

Máxima de Santo Antonio: “Jesus Cristo nos deu Seu Coração na Cruz, por isso quis que Seu Lado fosse aberto”.

Oração: Com a alma ferida de tantos combates, a vós me dirijo, ó glorioso taumaturgo do mundo inteiro, e de todo o coração imploro vosso auxílio, para que não caia às mãos de meus inimigos espirituais; antes, triunfando com a oração em todas as tentações, quero manter-me fiel a Deus e merecer Dele, por vossa intercessão, a salvação eterna e a graça que, com toda a força de minha alma, vos peço neste devoto exercício. Amém.

Ladainha de Santo Antonio... Responso em honra de Santo Antonio...

Pai Nosso... Ave Maria... Glória...

 

Décimo Segundo dia – Prudência de Santo Antônio.

A Prudência é uma virtude rara e absolutamente necessária a todos os homens porque é companheira das demais virtudes, que sem ela perdem o nome a natureza. A prudência prepara o caminho para ser trilhado com segurança. Nos atos em que a prudência age, adquire-se o testemunho da própria consciência na pureza das intenções, legitimidade de sentimentos e realidade das obrigações.

Antonio foi prudente, não ofendeu a verdade nem a justiça, em todos os acontecimentos de sua vida. Por esta virtude soube trilhar um caminho puro e conhecer qual era o que apartava dele. A prudência foi uma luz, de que o espírito lhe brilhava nos sucessos mais difíceis e perigosos; por esta virtude aprendia o seu coração a regular os seus desejos, a compor as suas orações, a presidir suas empresas; com ela regia os afetos, dirigia os atos, corrigia os excessos, compunha os costumes, ornava as palavras e resistia ao artifício da ilusão e da mentira. Sem a prudência, a firmeza degenera em severidade, a doçura é uma condescendência criminosa; e o zelo é quase sempre indiscreto; mais tais eram os conhecimento de Antonio, que, reguladas pelos sábios ditames da razão, suas correções eram sempre úteis e os avisos saudáveis. Eu, entretanto, não me sei guiar pela prudência; se corrijo, falto sempre à caridade; se premeio, sou levado às aras da jactância e minha condescendência indiscreta não me deixa obter os frutos desejados. Quando, ó grande Santo, aprenderei de vós tão bela virtude?

Exemplo: Estando certa ocasião Santo Antonio pregando em uma Igreja, entrou um homem, que pelos disparates e tolices que pronunciava, com que incomodava o concurso dos que estavam ouvindo, mostrou ser um louco confirmado. “Não se cansem, que não sairá daqui o distúrbio, nem entrará o sossego, sem que aquele frade (aponta Santo Antonio que estava no púlpito) me dê o cordão com que aperta o hábito”. No mesmo instante o Santo lhe atira com ele, e o homem o aperta a si, e fica logo prudente e sossegado como os outros, e com muito juízo, prestando toda atenção às doutrinas que o Santo pregava.

Máxima de Santo Antonio: “Não confiemos na glória do mundo porque é enganadora”.

Oração: Antonio prudente, vós que em todas as ações de vossa curta vida patenteastes a pureza dos vossos costumes, a par da mais atilada prudência, com que extirpastes as vossas dissensões que dividiam os homens, conseguindo que as paixões ateadas por uma liberdade indiscreta fossem refreadas e moderadas pelo que a prudência ditava; fazei que, sendo eu vítima destas paixões, no combate com elas procure por modelo a vossa prudência, para com ela diminuir o número dos males de que se acha juncada a carreira de meus dias. A vossa prudência seja a guia que em dirija na prática da justiça e da verdade, companheiras inseparáveis da prudência, para que, unindo-as a outras que me são necessárias, me justifique com elas perante Deus, meu Juiz, e alcance por vosso intermédio, a graça que com tanto empenho solicito. Amém.

Ladainha de Santo Antonio... Responso em honra de Santo Antonio...

Pai Nosso... Ave Maria... Glória...

 

Décimo Terceiro dia – Glorificação de Santo Antônio.

Havia 11 anos que Santo Antonio trazia librés do Serafim de Assim, quando o céu coroou de glória e honra sua fecunda carreira. Vivera apenas 36 anos, e, nesse pouco tempo, sua vida enchera-se de obras e de méritos. Não foi, entretanto, sua partida para o Reino Eterno o fim de seu apostolado. Santo Antonio vive ainda entre nós com o mesmo poder que nos dias de sua existência terrestre. Jesus Cristo, para no-lo conservar, por um prodígio tocante, transformou seu túmulo numa cadeira de verdade, de onde não cessa de nos falar. Sua Santa Língua, que convertera milhares de pecadores e reunira em torno dele os peixes do mar para confundir nossa indiferença; essa Língua, que se fizera ouvir em todos os idiomas, como no dia de Pentecostes, ressuscitara mortos, consolara tantas almas, curara tantas doenças. Essa Língua que o Papa chamara a “Arca do Testamento”, onde se conserva o maná do céu e a vara miraculosa de Moisés. Essa Língua, enfim, que se reduzira ao silêncio, para nos ensinar a humildade, a renúncia e a união com Deus, está realmente entre nós. 32 anos após sua morte, fez-se a trasladação das relíquias do taumaturgo. Quando se lhe exumaram os ossos e o corpo reduzira-se a cinzas, a Língua somente estava intacta, fresca e vermelha como a de um homem vivo. Em presença de fato tão extraordinário, o Seráfico Boaventura, não podendo conter a emoção, tomou-a entre as mãos e exclamou, beijando-a com efusão: “Ó Língua Bendita, que não cessastes de louvar a Deus e que o fizestes louvar por um número infinito de almas, vê-se agora quanto sois preciosa diante de Deus”! Depois, fê-la encaixar em um relicário de ouro, legando-a assim à veneração dos séculos. Nada mais era necessário para crescer a devoção dos povos para com esse grande Santo. Os milagres que não cessavam um só dia, em grande número, aumentaram ainda.

Ó Ilustre Antonio, “Arca do Testamento”, como me devo regozijar com vossa glória! Oh! Sim, direi com São Boaventura, é bem fácil compreender quanto sois caro a Deus, quanto O amais! Arrependo-me de não vos ter melhor conhecido. Não tenho glorificado bastante aquele que o céu glorificou de maneira tão surpreendente. Oh! Como era justo que vossa memória não fosse enterrada no silêncio e no esquecimento, vós que não cessastes um instante de fazer conhecer e louvar a Deus, esquecendo o vosso eu; vós que trabalhastes com todas as forças para que eu participasse de vossa beatitude! Poderei dizer o mesmo de mim? Se partir agora desta terra, que deixarei após mim, senão exemplos de tibieza, infidelidade nos meus deveres, ambições, orgulho e, quem sabe, escândalos funestos? Posso medir a extensão do mal que fiz com minha língua, por maledicências, calúnias, maus conselhos, propósitos irreligiosos ou ao menos indiscretos? Que fiz para ensinar os outros a bendizer a Deus e servi-Lo? Entretanto, a tudo isso era obrigado, como cristão, por minha posição e deveres; ao menos deveria fazê-lo por meus exemplos.

Exemplo: No momento em que Santo Antonio entregava a Deus sua bela alma, no Convento de Pádua, apareceu em Vercelli ao Padre abade dos beneditinos dessa cidade. Fora o abade seu mestre em alta teologia e na ocasião sofria cruelmente, desde muitos dias, de violento mal de garganta. Antonio apareceu-lhe subitamente: “Padre abade, disse-lhe, deixei minha cavalgadura em Pádua, e vou para a Pátria”. Ao mesmo tempo aproximou-se do doente, tocou-lhe a garganta, curou-o e desapareceu. O abade pensou ter recebido a visita inesperada de Santo Antonio; espantou-se somente que fosse tão curta. Saiu imediatamente da cela, percorreu o Mosteiro, perguntando aos que encontrava onde estava o Padre Antonio. “Ele acaba de sair de minha cela, exclamava o abade, depois de me ter curado do mal atroz de que eu sofria”. Os religiosos não duvidaram do milagre operado na pessoa de seu pai, porque sabiam que ele estava incapaz de pronunciar uma sílaba; mas nenhum deles vira o Padre Antonio. Pouco depois, o superior e os religiosos souberam que o glorioso taumaturgo morrera na tarde de 13 de Junho (1231), quer dizer, no dia e hora em que tivera lugar a Bem-aventurada Aparição.

Máxima de Santo Antonio: “Aquele que se deu por nós nos dará todas as coisas”.

Oração: Bem-aventurado Antonio, vós, cuja Língua abençoada ensinou aos homens a louvar a Deus, tende piedade de minha alma! Lembrai-vos, meu Santo Protetor, que não é unicamente por vós que Deus vos cobriu de tanta glória e poder; foi também por mim, para ensinar-me a recorrer a vós em todas as necessidades da alma ou do corpo, para esta vida e principalmente para a outra.

Santo Antonio, meu caro e bem amado pai, suplico-vos, tomai os interesses de minha alma, velai sobre mim nas tentações, ajudai-me nos combates, e, quando chegar o momento da morte, ficai junto a mim, para introduzir-me na morada Bem-aventurada, onde poderei contemplar-vos e agradecer-vos no Seio de Deus, perto de Maria, na Companhia dos Anjos e de todos os Santos. Concedei-me também a graça particular que vos peço durante esta Trezena. Assim seja.

Ladainha de Santo Antonio... Responso em honra de Santo Antonio...

Pai Nosso... Ave Maria... Glória...

8) LADAINHA DE SANTO ANTÔNIO

Senhor, tende piedade de nós

Jesus Cristo, tende piedade de nós.

Senhor, tende piedade de nós.

Jesus, ouví-nos

Jesus, atendei-nos.

Pai Celeste, que sois Deus, tende piedade de nós.

Filho Redentor do mundo, que sois Deus, tende piedade de nós.

Espírito Santo, que sois Deus, tende piedade de nós.

Santíssima Trindade, que sois um só Deus, tende piedade de nós.

Santo Antonio de Pádua, rogai por nós.

Íntimo amigo do Menino Jesus, ...

Servo da Mãe Imaculada, ...

Fiel filho de São Francisco, ...

Homem da Santa oração, ...

Amigo da pobreza, ...

Lírio da castidade, ...

Modelo da obediência, ...

Amante da vida oculta, ...

Desprezador da glória humana, ...

Rosa da caridade, ...

Espelho de todas as virtudes, ...

Sacerdote segundo o Coração do Altíssimo, ...

Imitador dos Apóstolos, ...

Mártir do desejo, ...

Coluna da Igreja, ...

Zeloso amante das Almas, ...

Propugnador da fé, ...

Doutor da verdade, ...

Batalhador contra a falsidade, ...

Arca do testamento, ...

Trombeta do Evangelho, ...

Apóstolo dos pecadores, ...

Extirpador dos crimes, ...

Restituidor da paz, ... ...

Reformador dos costumes, ...

Conquistador dos corações, ...

Auxiliador dos aflitos, ...

Terror dos demônios, ...

Ressuscitador dos mortos, ...

Restituidor das coisas perdidas, ...

Glorioso taumaturgo, ...

Santo do mundo inteiro, ...

Glória da Ordem dos Menores, ...

Alegria da Corte Celeste, ...

Nosso amável Padroeiro, ...

Doutor da Santa Igreja, ...

Cordeiro de Deus, que tirais os pecados do mundo,

perdoai-nos, Senhor.

Cordeiro de Deus, que tirais os pecados do mundo,

ouví-nos, Senhor.

Cordeiro de Deus, que tirais os pecados do mundo, tende piedade de nós.

Rogai por nós, Santo Antonio, para que sejamos dignos das Promessas de Cristo

Oração: Alegre, Senhor Deus, a Vossa Igreja a solenidade votiva de Santo Antonio, Vosso confessor e doutor, para que sempre se ache fortalecida com socorros espirituais e mereça alcançar os gozos eternos. Por Jesus Cristo Nosso Senhor. Amém.

 

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