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Beato Carlo Acutis

"O Influencer de Deus”

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...“estejam atentos, vigiem, para que os interesses comerciais, sociais e políticos não reduzam o homem a um fantoche ou a um simples executor de filosofias estéreis e condenados a morrer”. (Carlo Acutis) 

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Beato Carlo Acutis

03/05/1991 - t12/10/2006 

Filho de:  Antonia Salzano e Andrea Acutis.

- Nasceu em 03 de Maio de 1991, em Londres, no Reino Unido, durante uma viagem de negócios do pai.

- Batizado em 18 de Maio de 1991, na Igreja Nossa Senhora das Dores, em Londres.

- Em setembro de 1991, a família retornou a Milão.

- Aos 4 anos, foi matriculado no jardim de infância e frequentou com grande entusiasmo.

-"Senhora, seu filho é especial". D. Antonia Acutis escutou esta frase muitas vezes: do sacerdote de sua Paróquia, dos professores, dos colegas de turma, do porteiro de sua casa, na rua Ariosto, em Milão, para onde se mudaram em 1994, três anos após o nascimento de Carlo.

       Mas aquele ser especial tinha um nome: Jesus, seu Amigo. Ela se deu conta disso quando Carlo, ainda muito pequeno, ao passar na frente de Igrejas lhe dizia: "Mãe, vamos entrar para cumprimentar Jesus e fazer uma oração". Depois descobriu que ele lia a vida dos santos e a Bíblia.

         Quando chegou a hora da escolaridade obrigatória, foi matriculado  no  Instituto  San  Carlo  de  Milão, conhecida escola particular. Após 3 meses, foi transferido para o ensino fundamental no Instituto Tommaso das Irmãs Marcelinas, por ser mais próximo de sua casa.

       Sua família era uma família comum, que não frequentava muito a Igreja. "Mas esse “traste” me fazia muitas perguntas profundas às quais não sabia responder. Ficava perplexa perante sua devoção. Era tão pequeno e tão cheio de certeza. Entendia que era algo seu, mas que também me envolvia. Foi assim que iniciei meu caminho de reaproximação da fé. Eu o segui".

         O padre Aldo Locatelli, que acompanhou D. Antônia e seu filho Carlo, lhe disse: "Há meninos aos quais o Senhor chama desde pequenos".

- Aos 7 anos, Carlo pediu para receber a Primeira Comunhão. Aquele Amigo se fez então mais próximo. A pedido do padre Locatelli, Dom Pasquale Macchi (ex-secretário de Paulo VI) o questiona, e garante a maturidade e a formação cristã do menino, necessárias para receber o Sacramento. Só lhes fez uma recomendação: que a celebração se desse em um lugar próprio para o recolhimento interior, sem distrações.

- Em 16 de Junho de 1998, recebeu sua Primeira Comunhão, graças à uma Permissão Especial do diretor espiritual, Padre Ilio Carrai e do arcebispo Pasquale Macchi. A celebração teve lugar no Mosteiro das Irmãs de Clausura das Romitas da Ordem de Santo Ambrósio ad Nemus em Bernaga di Perego, perto de Lecco).

          Depois da Primeira Comunhão, Carlo começou a ir à Missa todos os dias com a permissão de seu diretor espiritual, padre Ilio Carrai. Imitando os pastorinhos de Fátima, oferecia pequenos sacrifícios por aqueles que não amam o Senhor Jesus Presente na Eucaristia.

         Uma vida simples com um ponto firme e especial: a Missa diária porque, dizia, "a  Eucaristia  é  a  minha  auto-estrada para o Céu. Somos mais afortunados que os Apóstolos que viveram com Jesus há 2000 anos: para nos encontrar com Ele basta que entremos na Igreja. Jerusalém está ao lado de nossas casas". O fulcro da espiritualidade de Carlos era o encontro diário com o Senhor na Eucaristia. É essa a síntese de sua espiritualidade e o centro de toda a sua existência vivida na amizade com Deus.

         Ao término  da  celebração, ficava para a adoração. Ele se confessava com frequência porque "assim como  para viajar de balão é necessário descarregar peso, também a alma para se elevar ao Céu necessita se livrar desses pequenos pesos que são os pecados veniais".

        São palavras simples de menino, frequentador diário da  Santa Missa e da Oração do Terço, mas carregadas de desejo de estar com esse Amigo que lhe estava pedindo que desse testemunho d’Ele com sua vida.

- Em 2002, participou com seus pais do Meeting de Rímini (Encontro de Amizade entre os Povos é um festival católico com vários eventos, realizado todos os anos em Rimini, Itália, em uma semana no final de agosto. A primeira edição ocorreu em 1980). Um sacerdote, amigo deles, iria apresentar o Pequeno Catecismo Eucarístico durante um encontro. Ficou fascinado com as pessoas e exposições que viu. E então teve uma ideia: uma exposição sobre os Milagres Eucarísticos. Conta D. Antonia Acutis: “Estava convencido de que as pessoas poderiam se dar conta de que verdadeiramente na Hóstia e no Vinho Consagrados estava o Corpo e o Sangue de Jesus. Que não há nada de simbólico, mas que é a possibilidade real de se encontrar com Ele. Nesse momento colaborava na catequese e acreditava que este seria um modo novo de se aproximar do Mistério Eucarístico”.
          De volta a Milão, dedicou-se a isso de corpo e alma e seus conhecimentos de informática foram de grande ajuda. Cuidou da documentação, pediu a seus pais que o acompanhassem numa viagem pela Itália e Europa para coletar material fotográfico. Envolvia todo mundo e “lotou” três computadores.

          Três anos depois, a exposição estava pronta. Por um boca a boca inesperado, começou a receber solicitações não só de dioceses italianas, mas do mundo todo.

           A exposição que ele preparou chegou até os confins da terra: China, Rússia, América Latina.

      Nos Estados Unidos, graças à ajuda dos Cavaleiros de Colombo, visitou dez mil paróquias e mais de cem universidades.

- Em 24 de maio de 2003, recebeu o Sacramento da Confirmação, na Igreja de Santa Maria Segreta, pelas mãos de Dom Luigi Testore, ex-secretário do Cardeal Carlo Maria Martini e pároco de São Marcos, em Milão.

- Aos 14 anos, passou para o Colégio Clássico do Instituto Leão XIII, de Milão, dirigido pelos padres Jesuítas, onde desenvolveu plenamente sua personalidade.

         O padre Roberto Gazzaniga, seu professor no Instituto Leão XIII de Milão, lembra-se dele assim:"Era muito bom,  seu talento era evidente para todo mundo, mas sem provocar invejas ou ciúmes. Carlo nunca ocultou sua fé e inclusive no diálogo-confronto com seus colegas de turma sempre mostrou respeito pelas ideias dos outros, mas sem renunciar a transparência nem a dizer e testemunhar os princípios inspiradores de sua vida cristã".

        Adolescente italiano, caráter forte, decidido, apaixonado por esporte e informática... Também gostava muito de jogar PlayStation com seus amigos. Um jovem normal, vivo, com muitos amigos, igual aos outros, mas com um toque diferente que fazia todos se sentirem amigos. Pela sua afabilidade e cordial hilaridade, Carlo sempre foi o centro das atenções dos amigos, os ajudava com seus programas e computadores. São muitos os atestados de reconhecimento de seus dotes informáticos e de sua total disponibilidade a serem colocadas à disposição de seus colegas de escola e qualquer pessoa que tivesse necessidade, incluindo familiares.

         Era amigo de todos, mas sobretudo dos mais necessitados. Seus colegas, inclusive os não crentes, queriam estar com ele, buscavam-no, pediam-lhe conselho e ajuda.

        Carlo não se interessava em moda e se aborrecia quando sua mãe queria comprar para ele um segundo par de botas.

          Nunca escondeu qual era a Fonte de sua felicidade. Em seu quarto, havia um grande quadro de Jesus que estava à vista de todos.

       Convidava seus colegas a ir junto com ele à Missa, para se reconciliar com Deus. Em um caderno escreveu: “A tristeza é direcionar o olhar para si mesmo, a felicidade é direcionar o olhar para Deus. A conversão não é outra coisa que desviar o olhar de baixo para cima. Basta um simples movimento de olhos”.

         No bairro, todos o conheciam. Quando passava de bicicleta, parava para cumprimentar os porteiros, muitos deles estrangei-ros de religião mulçumana e hindu. Ele falava com eles sobre si mesmo, de sua fé. E eles escutavam aquele jovem tão simpático e agradável. Na hora do almoço, ele guardava a sobra da comida em recipientes e levava para os moradores de rua que viviam na região. 

       Em sua casa, trabalhava Rajesh, um brâmane hindu. Entre eles nasceu uma profunda amizade até ao ponto de  Rajesh se converter e pedir para receber os Sacramentos, Ele me disse que seria mais feliz se eu me aproximasse de Jesus. Pedi o Batismo cristão porque ele me contagiou e cativou com sua fé profunda, sua caridade e sua pureza. Sempre o considerei como sendo alguém fora do normal, porque um garoto tão jovem, tão bonito e tão rico normalmente prefere levar uma vida diferente”. Mas Carlo não sabia o que significava uma “vida diferente”. O dinheiro, estava convencido, de que não se podia desperdiçar. Com suas primeiras economias comprou um saco de dormir para um mendigo que via no caminho da Missa na Igreja de Santa Maria Segreta. Costumava fazer doações aos capuchinhos da Av. Piave, que dão comida aos sem-teto.

          Com um estudante de engenharia da computação passou a cuidar do  site  da  Paróquia  milanesa  de  Santa Maria Segreta.

       Não obstante seus estudos fossem particularmente exigentes, decidiu dedicar parte do seu tempo também à preparação das crianças para a Confirmação, ensinando o Catecismo na Paróquia de Santa Maria Segreta.

          Ele passou todo o verão de 2006 projetando o site com propostas  de  voluntariados para os alunos  do  Instituto Liceu Leão XIII, e projetou o novo site para o voluntariado, promoveu e coordenou a realização dos spots, sempre para diversas turmas no âmbito de um concurso nacional. Custou muito do seu tempo, mas era muito importante pra ele.

           Ele também organizou o site da Pontifícia Academia Cultorum Martyrum.

       Carlo amava passar as férias em Assis, na casa da família. Ali, se divertia com os amigos e ali, conheceu São Francisco e com Ele aprendeu o respeito pela criação e a dedicação aos mais pobres.

          O exemplo do Seráfico e de Santo Antônio de Pádua na realização de atos de caridade para com os pobres era um incentivo ao Beato a fazer o mesmo. Envolveu-se em um concurso de caridade em favor dos necessitados, dos sem-teto, dos imigrantes, que ajudava também com o dinheiro economizado de sua mesada semanal.

         Quando, devido a compromissos escolares, não podia ir à Missa, fazia a Comunhão Espiritual. Realizou assim um precioso trabalho de apostolado entre os seus colegas e amigos, explicando-lhes o Mistério Eucarístico com o uso das histórias dos mais importantes Milagres Eucarísticos ocorridos ao longo dos séculos.

          Como Apóstolo da Eucaristia, o Beato escolheu usar seu talento de informática para projetar e criar uma exposição internacional sobre “Milagres Eucarísticos”. Trata-se de uma resenha fotográfica com descrições históricas, que apresenta alguns dos Principais Milagres Eucarísticos (cerca de 136) ocorridos ao longo dos séculos em vários países do mundo e reconhecidos pela Igreja.

        Dada a grande devoção que Carlo tinha por Nossa Senhora, recitava o Rosário diariamente e se consagrou várias vezes a Maria para renovar seu afeto por Ela e implorar seu sustento. Desenhou um esquema do Rosário que depois reproduziu com o seu próprio computador. Deve ser reconhecido que os Novíssimos sempre estiveram presentes na vida espiritual do Servo de Deus. Essa forte consciência da realidade da vida eterna foi causa de obstáculos por parte de alguns de seus amigos.

           Para os jovens de hoje, Carlo diz que existem valores que vão além do momento presente e se projetam no futuro. Com seu testemunho, ele afirma que “as modas passageiras e a mentalidade dominante no momento não são valores absolutos, mas miragens e espelhos que degradam a dignidade humana”. Com seu exemplo, Carlos indica a seus colegas que não pode haver concessões ou meias medidas em relação aos princípios morais.  Ele pedia para “estarem atentos, vigiarem, para que os interesses comerciais, sociais e políticos não reduzam o homem a um fantoche ou a um simples executor de filosofias estéreis e condenados a morrer”.

        Aos males do mundo, violência, guerras, conflitos até dentro das famílias, Carlo propõe abraçar a Cristo e seu Evangelho. Convida a “olhar para Jesus, para sua misericórdia, para seu amor, para seu perdão para construir um mundo melhor”. É esta a mensagem que dirige aos jovens de hoje: “um mundo novo é possível se confiarmos em Cristo, se confiarmos a Ele toda a nossa existência, se nos lançarmos nos seus braços como um filho faz com o pai”.

     Para os desanimados, desiludidos pela vida, aos que sofrem e aqueles que estão perturbados, sozinhos e abandonados, o Servo de Deus indica a Eucaristia, o Emmanuel, Deus conosco. A Presença Real de Jesus Cristo na Hóstia Consagrada foi para Carlos uma verdade alicerçada na rocha. Era a garantia de que o homem nunca fica sozinho, mesmo quando tudo parece desabar sobre ele.

       Para crianças e jovens contemporâneos Carlos diz que "a  Eucaristia  é  o remédio infalível para resolver os problemas da humanidade, porque no Tabernáculo encontramos Cristo, Aquele que se Encarnou por Amor e sofreu para nos salvar".

        O Beato ficou maravilhado com tanto Amor  Divino pelo homem e não se acalmou antes de dar a conhecer aos outros a extrema riqueza deste amor infinito. Os dias de Carlos, portanto, se centraram em torno da Santa Missa e, quando ele podia, a Adoração Eucarística.

           Justamente por essa sua capacidade de compartilhar os Mistérios da Fé com  os  outros, Carlo  pode  ser  definido como um verdadeiro apóstolo em todos os ambientes em que viveu, que são aqueles típicos de um adolescente: família, escola, esporte, lazer, viagens e jogos.

        Como leigo, o Beato soube reavivar o fervor e a prática cristã também em muitas pessoas consagradas e sacer-dotes. Ele foi uma testemunha autêntica da veracidade da parábola da videira e dos ramos.

        Na verdade, ele sempre procurou permanecer apegado à linfa vital do tronco da videira, Cristo Senhor, para dar frutos abundantes em tudo o que fazia e planejava.

- No verão de 2006, durante as férias, em uma noite Carlo perguntou a sua mãe: “Você acha que devo virar padre?”. Ela respondeu com simplicidade: “Você irá vendo isso sozinho. Deus mesmo irá revelando isso a você”.

- Em outubro de 2006, numa manhã de Domingo, Carlo mostrou-se com uma grave fraqueza, inicialmente confundida com gripe, os pais chamaram o antigo pediatra dele, que aconselhou a remoção imediata para uma clínica.

- A princípio foi internado na Clínica De Marchi, de Milão, mas com o agravar-se da situação, foi transferido para o Hospital São Geraldo de Monza, Lombardia, Itália, centro especializado para o tipo de leucemia (M3) que o acometeu, fulminante, considerada pelos médicos como a pior e da qual dificilmente alguém pode se salvar.

           Logo depois de atravessar as portas do hospital, disse a sua mãe: “Daqui não saio”.

          Com a gravidade da situação,  os  médicos  deram  a  notícia  aos  pais  que  não  acreditavam  que  Carlo  estava  destinado a morrer tão rapidamente.

          O chefe do departamento de hematologia clínica, devido à Lei vigente na Itália, contou a Carlo que ele estava com leucemia e que deveria se submeter a um longo tratamento e cuidados especiais.

       Durante anos, os pais o ensinaram a considerar a vida como uma passagem para o céu e naquele instante percebeu que a sua doença o levaria à morte. Depois que o médico saiu do quarto, estando tranquilo ele disse aos pais: "O Senhor me deu um sinal"!

          Os pais se recordam que um dia quando estavam no hospital, no quarto, fazendo-lhe companhia, ouviram o filho dizer: "ofereço todo o sofrimento que eu vou ter que sofrer pelo Papa e pela Igreja, para que eu não vá para o Purgatório, mas direto para o céu".

        Os sofrimentos chegaram, mas quando a enfermeira lhe perguntava como se sentia, ele respondia:  “Bem. Tem gente que está pior. Não acorde a minha mãe, que está cansada e iria se preocupar mais”.

          Depois de algumas horas na  Clínica, em  coma,  Carlo  foi  levado  à  UTI  e  lá  foi-lhe  colocada uma máscara de oxigênio para facilitar sua respiração, mas que lhe causava cansaço e muito sofrimento, porque quando tossia o impedia de expectorar bem e isso “causou-lhe muito sofrimento”, nos confidenciou sua mãe.

         No hospital, o padre Sandro Villa, capelão do Hospital San Gerald de Monza, administrou o Sacramento da Unção dos Enfermos, e o Viático.

           Fizeram um tratamento no sangue separando os glóbulos vermelhos dos brancos, que teve bom êxito.

- E, após um curto período de tempo, dia 11 de outubro, ocorreu-lhe uma hemorragia cerebral que o faz morrer em algumas horas. Seus órgãos foram tão comprometidos que não era possível doar a ninguém e o hospital decidiu não desligar os aparelhos até que o coração parasse sozinho.

- E, no dia seguinte, 12 de outubro de 2006, às 06h45, véspera da Última Aparição de Fátima, seu coração parou de bater, aos 15 anos.

         No Santuário do Despojamento teve lugar o encontro: “Doença e  Eucaristia,  quando  o  sofrimento  se  torna  luz”. Um enfoque sobre a última fase da vida de Carlo, um momento de reflexão para compreender quando o sofrimento se torna luz, vivido à luz da fé.

           A notícia de sua morte se espalhou rapidamente através de alguns de seus colegas de classe Instituto Tommaseo.

          Os  pais receberam permissão para levar o corpo do filho para casa e o colocaram em seu quarto. Durante 4 dias, foi uma peregrinação contínua. No funeral esteve uma grande multidão e muitos tiveram que ficar do lado de fora da igreja porque era impossível entrar.

           Muitos estavam surpresos com o cheiro de lírios que emanava do seu corpo.

          Poucas semanas depois da morte de Carlo, sua mãe encontrou um vídeo de dois meses antes, em que o rapaz foi filmado, e concluiu dizendo misteriosamente: “Eu tenho 70 quilos e estou destinado a morrer".

- O funeral foi celebrado na Igreja de Santa Maria Segreta, em 14 de outubro de 2006.

          A Igreja e o Cemitério estavam lotados. Sua mãe recorda: “Havia  gente que  eu não conhecia de nenhum lugar. Pessoas desabrigadas, imigrantes, mendigos, crianças... Uma multidão que me falava de Carlo, das coisas que ele havia feito por elas, e eu não sabia de nada. Davam-me testemunho da vida de meu filho, e eu me sentia órfã”.
- Foi sepultado no túmulo da família em Ternengo (Biella).

- Em Fevereiro de 2007, seus restos mortais foram transferidos para o Cemitério municipal de Assis, conforme seu desejo de ser enterrado na cidade de São Francisco.

           Desde sua morte, sua fama de santidade e sinais só aumentou em todos os continentes.

       Testemunha autêntica de Cristo em todos os ambientes em que viveu, a sua existência se destaca como farol luminoso para os jovens de hoje. Foi exemplo de valores evangélicos, anunciador de Cristo com a palavra, mas sobretudo com o testemunho de vida.

        O Servo de Deus viveu inteiramente voltado para o Absoluto, para Jesus que sentia próximo e Presente. Em sua breve vida, internalizou os princípios da fé e os tornou evidentes em suas ações.

           Foi uma testemunha no meio escolar, ou seja, um modelo para muitos alunos das escolas.

          A mensagem que Carlo transmite às novas gerações que frequentam os cursos é essencial: existe uma dimensão  sobrenatural, existe outra vida além da atual, onde encontraremos nosso Salvador, aquele que nos redimiu por amor. “BASTA ELEVAR O OLHAR”.

         Ele se tornou conhecido por documentar Milagres Eucarísticos ao redor do mundo e catalogá-los em um site que ele mesmo criou nos meses anteriores à sua morte.

         Com vasto conhecimento no universo da tecnologia, o jovem utilizava as redes sociais para falar sobre Deus, e é chamado por muitos de “influencer de Deus”. Exemplo para os jovens pelo bom uso que fazia da internet em favor da evangelização.

- Às 18 horas, no Santuário do Despojamento, foi celebrada uma Missa presidida por Dom Renato Boccardo, presidente da Conferência Episcopal da Úmbria. 

- Em 5 de Julho de 2018, o Papa Francisco o declarou Venerável.

          Quando o padre deu a bênção final, dizendo: "A  Missa  acabou,  ide  em  paz", as pessoas começaram a ouvir os sinos tocando porque a Missa coincidentemente terminou ao meio-dia.

- Em 5-6 de abril de 2019, seus restos mortais foram transferidos para o Santuário do Despojamento, Igreja de Santa Maria Maior, de Assis, Itália.

        Dom Ennio Apeciti, responsável pelo Escritório para as Causas dos Santos da Arquidiocese de Milão, disse: "Sua fama de santidade difundiu-se por todo o mundo, de forma misteriosa, como se Alguém quisesse dá-lo a conhecer. Ao redor de sua vida aconteceu algo grande, frente a qual me ajoelho".

- O túmulo foi aberto nesta quinta-feira, dia 1º de Outubro de 2020, e ficará disponível para veneração pública até o dia 17 deste mês, no Santuário da Espoliação de Assis.

      O corpo de Carlo Acutis chamou atenção pelo estado de conservação, muitos afirmaram que o corpo está “incorrupto/intacto”.

- No dia 10 de Outubro de 2020, será realizada a Cerimônia de Beatificação do jovem na Basílica de São Francisco.

12/10/2020

Papa recorda Carlo Acutis:

"enamorado da Eucaristia,

viu nos mais fracos o Rosto de Cristo"

 

          Na introdução, Dom Domenico Sorrentino, bispo de Assis-Nocera Umbra-Gualdo Tadino, repropôs o paralelismo e a ligação entre Carlo e São Francisco. Entre as intervenções também a de Carlo Cirotto, ex-professor de Citologia da Universidade de Perugia – que se concentrou nos “Milagres Eucarísticos à luz da ciência”.

Testemunhas do hospital e da internet

       Alguns dos enfermeiros e médicos que estavam com Carlo nesse momento lembram-se dele com muito carinho e admiração;"Fazia anos que eu não via um paciente nessas condições. Eu me perguntava como ele não reclamava da dor em seus braços e pernas que estavam inchadas e cheias de líquido. Se você perguntasse a ele "você tem dor", ele sempre respondia que era suportável. O momento mais incrível para mim foi quando ele retornou da radiologia numa maca e eu disse, "Acho que você está melhor" e ele, abrindo bem os olhos, com um sorriso respondeu: "Sim, eu estou melhor", e então tentou sair sozinho da maca para a cama, afim de não nos dar trabalho. No dia seguinte, entrei no quarto enquanto o médico lhe perguntava: "Como você se sente"? E Carlo disse: "Como sempre, ótimo!". Depois de meia hora ele estava em coma. Carlo é do tipo de pacientes que vivem pouco por causa das complicações que surgem, mas deixa-nos um grande amor e, apesar da situação, fica uma sensação de paz, que não se pode explicar..."

        "Eu conheci Carlo no dia em que ele foi hospitalizado em nosso departamento de hematologia pediátrica do hospital San Gerard. Sua condição era crítica, muito sério... Perguntei-lhe: "Como você está?" e Carlo me disse: "bem". Surpreso com a resposta eu perguntei: "bem"? E Carlo me disse: "Há pessoas piores que eu". Esta resposta deixou-me muito impressionado. "

         Um testemunho que foi além da morte, e transformou a vida de muitos. Através daqueles que o conheceram e pela internet, a sua história e seus pensamentos se tornaram conhecidos. A família recebeu milhares de cartas e e-mails que pedem para saber mais sobre aquele jovem tão especial. 

         Em uma delas, se lê: "Visitei a igreja de São Frediano em Cestello, em Florença, e me impactou a imagem de Carlo, que era quase como se estivesse me esperando. Não pude evitar de me aproximar do jovem ao qual bastaram 15 anos de vida para deixar uma marca inapagável nesta terra".

         Outro jovem que nunca chegou a conhecê-lo e escreveu no Facebook: "Carlo viveu numa família com boas condições financeiras, de modo que nada o teria impedido de viver de uma maneira confortável da qual ele poderia ter se orgulhado. No entanto, ele sempre manteve um tom de vida e pensamento “pobre”, sempre aberto ao último, altruísta com todos. Isso não é pouco neste nosso “planeta”".

          Para muitos jovens se tornou um exemplo de como é possível viver a fé.

          Outros falam de sua própria conversão. 

         “Está sendo sacerdote lá do Céu”, disse sua mãe. “Ele não conseguia entender por que os estádios para os concertos estavam cheios de gente e as Igrejas, por sua vez, vazias. Sempre repetia: “Precisam entender”.

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